O dia em que perdemos o Rei do Futebol

Vinte e nove de Dezembro de 2022. O dia em que o futebol perdeu um pouco mais da sua alegria, beleza e esplendor. Enfim, do seu brilho artístico. Morreu Edson Arantes do Nascimento, conhecido no mundo inteiro simplesmente por Pelé.

Câncer no colo. Este foi o diagnóstico recebido por Pelé no mês de agosto de 2021. O Rei do Futebol passou a conviver então com uma rotina de internações sucessivas para o tratamento convencional do câncer.

Porém, em dezembro de 2022, após um mês internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o nosso eterno Rei do Futebol faleceu às 15:27. Em virtude das sessões de quimioterapia já não estarem respondendo de forma positiva a doença, a última internação de Pelé teve caráter apenas de cuidados paliativos.

Somos todos um pouco Pelé

O que dizer de um homem que foi coroado como Rei do Futebol e ainda por cima laureado como atleta do século? Tudo isso em um país também conhecido como o “País do Futebol”. A perda é imensurável e, neste momento, ainda não temos noção do impacto causado por ela.

Somente o tempo poderá dimensionar de forma assertiva o que significa para uma nação que respira futebol, perder o seu Rei. Se fosse um jogo de xadrez a partida terminaria aqui. Afinal, “Rei morto, Rei posto”.

Porém, esta frase francesa não pode se aplicar nesse contexto, pois não há como substituir o Rei do Futebol. Mesmo em um país como o Brasil que é um verdadeiro celeiro na produção de grandes craques do Futebol. 

O nosso grande dramaturgo Nelson Rodrigues cunhou a célebre frase de que “toda unanimidade é burra”. Porém, graças a uma outra frase onde se afirma que “toda regra tem exceção”, isto se confirma no caso de Pelé.

Não só especialmente no Brasil, como em todo o mundo o título de Rei do Futebol concedido a Pelé é praticamente inquestionável. Fato é que, nenhum dos grandes craques de Futebol de todos os tempos chegou a questionar esse título. Enfim, o país do Futebol, acaba se confundindo um pouco com o Rei do Futebol.

Sobre o país do Futebol

Para um país conhecido como o “país do futebol”,  não poderia ser tão impactante a notícia da perda do Rei do Futebol. Fora do nosso país Pelé é sinônimo de Futebol, assim como também o Brasil não deixa de ser sinônimo de Futebol.

São muitas as definições de Brasil, assim como são muitos os Brasis dentro do próprio Brasil. Uma nação de dimensões continentais, de contrastes regionais, e com uma desigualdade social avassaladora.

Contudo, apesar de tantas contradições, o “continente” Brasil se unifica e é “vendido” lá fora com o estereótipo de país do carnaval, do samba e das praias paradisíacas.

Porém, a unidade maior se dá através de uma paixão coletiva chamada Futebol. Este esporte encontra-se impregnado praticamente na “alma” de todo brasileiro.

Fonte da Imagem: FreePik – O dia em que perdemos o Rei do Futebol

Pelé – A Bola e o Rei do Futebol

As façanhas do Rei do Futebol com a bola no pé são inúmeras e constam nos anais estatísticos que apresentaremos em um breve resumo a seguir.

Defendendo a camisa da seleção brasileira, Pelé ostenta a quantidade de 114 partidas com 95 gols marcados. Pelo Santos Futebol Clube, onde atuou por praticamente toda a sua carreira, foram 1.116 partidas com 1.091 gols marcados. Já pelo Cosmos, Pelé jogou 111 partidas marcando 65 gols.

Para finalizar as estatísticas do Rei, ainda temos 25 partidas e 32 gols marcados em partidas comemorativas e torneios amigáveis já extintos. Fechando os dados estatísticos, Pelé jogou 1.366 partidas marcando 1.283 gols totalizando a incrível média de 0,94 gols por partida.

Pelé – Reconhecimento Mundial

A unanimidade com relação a Pelé não se limitava apenas aos seus pares. Se estendia além dos próprios jogadores. Jornalistas especializados, treinadores e aficionados pelo Futebol. Todos eram unânimes com relação à disparidade entre Pelé e os outros jogadores, não só de sua época, mas de todos os tempos.

Zico, Maradona, Michel Platini, Cristiano Ronaldo, Romário são apenas um pequeno exemplo de grandes jogadores que renderam homenagens ao talento do Rei do Futebol. Frases como: “ele foi o maior jogador de todos os tempos”, ou “A admiração que temos por Pelé o torna um Deus para o Futebol”.

O reconhecimento mundial de Pelé se estende além das fronteiras do Futebol. Não é à toa que o mesmo recebeu o título de Atleta do Século outorgado pelo Comitê Olímpico Internacional. Um outro título que demonstra o reconhecimento de Pelé foi o da revista Time como uma das 100 pessoas mais importantes do século XX.

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Considerações Finais (Nossas Impressões Digitais)

Um toque de saudosismo. Com a morte do Rei do Futebol, além de ficarmos órfãos de um ídolo que sempre nos proporcionou alegria com a magia de suas belíssimas jogadas, perdemos também um pouco do encanto por um esporte que era jogado pelo puro prazer da arte produzida de forma despretensiosa, apenas pela beleza da produção estética.

Não era raro ver jogadores iniciarem a carreira em um clube e passarem toda a sua vida, chegando a encerrar a carreira no mesmo clube de origem. Tempos em que a indústria do futebol nem sequer existia. Tempos em que era simplesmente inimaginável grandes empresas travestidas de clubes de futebol pagarem toneladas de dinheiro para tirar um jovem de 17 anos do seio familiar e levar para clubes europeus.